segunda-feira, 31 de março de 2008

Penso meu amor

Penso-te nas mãos onde quer que estejas
nos meus olhos

este amor não tem namorada
não tem nome
penso-te nestas paredes
nestes muros onde escrevo a Liberdade
que amamos
nestas mãos com vontade
nestas mãos que matem que acariciam
que beijam

penso-te nas ruas da cidade nas paredes das casas
no chão da rua onde corpos adormecem

la longe onde a palavra Liberdade
e desejo e fome
la longe nas minhas mãos distantes
no meu corpo irracional
onde as palavras são utilizadas para se escreverem
nas mãos dos homens
sem amor para dar

penso-te nas minhas mãos
nos meus braços que apertam
nos meus lábios
neste meu corpo
que te viu sem palavras para te cobrir
e que amou sem saber porque

penso-te nas palavras que saem da boca sem dar
por isso
nas ruas desta cidade sem ser pessoa
deste mundo sem ser Homem.

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